“É preciso que o Executivo tome uma posição mais definitiva com relação ao mau cheiro e a fuligem provocados pela empresa Gomes da Costa (GDC), sob o risco da comunidade se insurgir contra a empresa”. O alerta foi proferido pelo vereador Luiz Carlos Pissetti (DEM), durante uso da tribuna na sessão desta quarta-feira, dia 24. Segundo Pissetti, a empresa se protege sob a alegação de que gera cerca de 1.000 empregos na cidade, mas prejudica o bem estar e a saúde de uma população de cerca de 20 mil pessoas que residem nas imediações.

Pissetti explica que os problemas com a GDC já vem de longa data. Situada na rua Eugênio Pezzini, no bairro Cordeiros, a empresa causa mau cheiro decorrente do manuseio de pescado e gera fuligem pela queima de combustível em suas caldeiras. “O mau cheiro é insuportável. Não dá para entender como a população que reside nas proximidades consegue conviver com aquilo”, enfatizou Pissetti.

Na quarta-feira passada, dia 18 de abril, Pissetti realizou uma reunião com a comunidade para discutir soluções e ações para minimizar o problema. Idêntica reunião aconteceu no dia seguinte, dia 19, contando com a presença do Prefeito Volnei Morastoni e seu secretariado. “Ainda assim, não tivemos garantias de que a empresa vai solucionar o problema com a devida urgência”, destacou o vereador.

Pissetti explicou, na tribuna, que em companhia do vereador Laudelino Lamim (PMDB), esteve na segunda-feira conversando com a Promotora de Justiça da Vara do Meio Ambiente, Rejane Gularte Queiroz. “Neste encontro, ficou constatado que o Ministério Público está de mãos atadas. Até o dia 17 de abril, a empresa estava com todos os seus licenciamentos ambientais rigorosamente em dia e, num processo já movido no poder judiciário, impressionantemente, a GDC praticamente conseguiu provar que não tem culpa nem responsabilidade alguma pela poluição na região”, enfatizou Pissetti.

Ainda de acordo com o vereador, a única forma de se conseguir uma ação eficaz da empresa visando a eliminação da poluição, é a manifestação popular. “Por isso, é preciso uma intervenção pontual e enérgica do prefeito municipal. A população já não suporta mais o convívio com o problema e, com os ânimos exaltados, uma manifestação pode resultar em confronto com conseqüências desastrosas”, alertou o vereador, sugerindo que a Famai – Fundação Municipal do Meio Ambiente, reveja os critérios para a renovação da licença da empresa, forçando a adequação dos seus sistemas operacionais para evitar a poluição.

A manifestação do vereador Pissetti na Tribuna foi aparteada pelos vereadores Rogério Nassif Ribas (PP), Laudelino Lamin (PMDB) e João Eduardo Vequi (PT). Todos fizeram considerações e apresentaram sugestões, defendendo a manutenção dos empregos gerados pela GDC, mas também defendendo a qualidade de vida para os moradores da região onde está instalada a empresa.